Alerta: óbitos por Covid-19 em pessoas sem comorbidades chegam a 6,87% em Alagoas

Por Agência Alagoas | 22 de maio de 2020 às 22:00

Crédito: Fotos públicas

Do total de 262 óbitos registrados em Alagoas por Covid-19, dezoito vítimas não apresentavam comorbidades. O número equivale a 6,87% dos pacientes. É o que mostra o boletim desta quinta-feira (21) emitido diariamente pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Alagoas (CIEVS/AL).

O dado reforça o alerta de que ninguém está imune à doença errática. Não é preciso integrar os grupos de risco – faixa etária acima de 60 anos ou histórico de patologias diversas, como diabetes, hipertensão arterial e disfunção renal, entre outras – para ser alvo letal do ataque invisível do novo coronavírus.

“Não há como afirmar com certeza o porquê dos jovens estarem sendo acometidos pelas formas graves, e até indo a óbito pelo novo coronavírus, visto que se trata de uma doença nova cuja fisiolatologia – ou seja, as alterações que ela provoca no organismo humano – ainda não estão elucidadas”, explica a Dra. Marília Magalhães, especialista em Emergência do Hospital Escola Dr. Helvio Auto.

O CIEVS esclarece que, apesar dos boletins diários trazerem uma taxa percentual mais elevada nos últimos dias – com aproximadamente de 35% das pessoas que vieram a óbito sem apresentar doenças prévias –, os dados enviados no primeiro momento são revisados posteriormente pelas unidades hospitalares. Após a devida correção, o índice real tende a diminuir, mas o fato não minimiza a preocupação.

Faixa etária

Outro equívoco comum associado aos riscos da pandemia reside na ideia de que os jovens seriam mais imunes à doença. Engano fatal. Os números mostram outra realidade. Em Alagoas, o maior índice de contaminação se encontra nas pessoas com idade entre 30 e 49 anos. Dos 4.916 casos confirmados no estado, 45,7% estão nessa faixa etária. 2.241 indivíduos contaminados. É quase a metade.

Ao ampliar a estatística para o espectro entre 0 e 49 anos, o número chega a 3.015 casos, com o percentual a ultrapassar a marca dos 60%. “O que podemos pensar é que pacientes jovens e previamente saudáveis que desenvolvem formas graves tenham sido expostos a uma carga viral muito elevada, tenham alguma predisposição genética para a doença, alguma comorbidade prévia desconhecida ou algum comprometimento do sistema imunológico anterior, do qual também não se sabia”, avalia a médica.

Independentemente de apresentar ou não comorbidade, 56 pessoas entre 0 e 49 anos já perderam a vida por Covid-19 no estado em apenas dois meses de pandemia. Um percentual de 21,3% do índice total de óbitos. “Tendo isto em mente, não há nenhum indivíduo com risco nulo para a contaminação e desenvolvimento da doença, seja ela leve, moderada ou grave, sendo imprescindível o reforço do distanciamento social para aqueles que podem ficar em casa”, orienta a doutora Marília Magalhães.

Deixe aqui seu Comentário

Radar notícias © 2014 - 2024 Todos os direitos reservados.