Por Redação | 4 de outubro de 2021 às 6:00
Os bolsonaristas, à frente os filhos zero do presidente, consideraram um fracasso de público as manifestações promovidas por 21 partidos de oposição ao governo, movimentos sociais e centrais de trabalhadores. Ficaram de fora partidos e movimentos mais à direita que se recusaram a participar.
A Central de Movimentos Populares, coordenadora do protesto, disse em nota que as manifestações foram um sucesso, reunindo cerca de 700 mil pessoas “em todo o país, em 304 cidades e em 18 países”. Só na Avenida Paulista teriam sido 100 mil. Novo protesto está marcado para 15 de novembro próximo.
Nem teve tanta gente como diz a nota, nem o sucesso ou insucesso das manifestações pode ser medida pelo número de pessoas – 8 mil na Avenida Paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, bem menos do que isso em outras cidades, que por sinal não foram tantas como informou a nota.
Não cabe comparar com o 7 de setembro bolsonarista do golpe abortado ou adiado. O governo federal tem a máquina a seu favor, o presidente a caneta mais carregada de tinta da República, e as duas coisas foram escandalosamente usadas para juntar 125 mil pessoas na Avenida Paulista, 40 mil em Brasília.
Se Bolsonaro fosse tão popular como pretendeu demonstrar, por que está atrás de Lula em todas as pesquisas de intenção de voto? Por que perderia, se a eleição de 2022 fosse hoje, para os demais aspirantes a candidato à sua vaga? E por que ele é o campeão da rejeição? Bolsonaro está em baixa e seu desespero em alta.
Lula não deu mais uma vez o ar de sua graça nas ruas, e acertou de novo. Se desse, diriam que tentara tirar proveito político e eleitoral, explorando a dor dos que perderam para a Covid quase 600 mil parentes, amigos ou conhecidos. Por enquanto, ele deixa as ruas para quem precisa delas.
Mas o PT foi representado por seu presidente e seu ex-candidato a presidente em 2018, Fernando Haddad. Guilherme Boulos, líder do PSOL, e Ciro Gomes, candidato do PDT a presidente, estiveram lá. Ciro foi vaiado? Foi, sim, pelos de sempre, os militantes do minúsculo Partido da Causa Operária, sem relevância alguma.
Por Ricardo Noblat / Metrópoles