Bruno Macaxeira, Davi e Bob já são considerados foragidos da justiça.
Por Redação | 21 de junho de 2015 às 17:49
Depois de mais de dois anos do crime o Poder Judiciário de Alagoas aceitou as investigações policiais e decretou na última terça-feira (16), a prisão de Anderson Alves Quixabeira, o ‘Bob’, Davi Oliveira de Andrade e José Bruno Lisboa Teixeira Lima, conhecido como ‘Bruno ‘Macaxeira’, pelo assassinato do homossexual Cleberson Belarmino de Araújo, ‘Clebinho’, 18 anos, e pela morte de Weslley Sharles Barros, 19 anos, que estava na casa de namorada e foi atingido com um tiro no olho. O fato aconteceu no dia 12 de outubro de 2012, na Rua Joana Angélica, no bairro Pedra Velha. Os policiais realizaram buscas na residência dos acusados, mas eles não foram encontrados, segundo a polícia, os três já são considerados fugitivos. Inclusive, um deles o ‘Bob’ é acusado de outro homicídio e se encontra foragido desde o fato.
O crime:
No dia 12 de Outubro de 2012, um atentado a bala resultou na morte de dois jovens, as vítimas foram identificadas como: Clebson Berlarmino de Araújo, conhecido como “Clebinho”, 18, e Weslley Sharles Barros, 19, o crime aconteceu por volta das 22h, na Rua Joana Angélica, bairro Pedra Velha em Delmiro Gouveia.
De acordo com testemunhas, “Clebinho” que é homossexual estava na Rua citada, quando dois homens em uma motocicleta não identificada o surpreenderam com vários tiros. A vítima tentou escapar, mas foi atingida com um disparo no pescoço e não resistiu ao ferimento e morreu no local. Durante o disparo, o jovem Weslley que estava sentado em uma cadeira, dentro da residência da namorada, acabou sendo atingido com um tiro no olho e morreu no local, por pouco, a sua namorada também não foi atingida, a mesma tinha acabado de se levantar para ir busca água, e quando voltou encontrou o seu companheiro já sem vida.
Policiais Militares do Pelotão de Operações Especiais (PELOPES) sobre o comando do Tenente Esperidião foram os primeiros a chegar ao local e apuraram que Weslley estava no local e hora errada, pois o alvo dos assassinos era o “Clebinho” que já havia sido detido em setembro deste ano, após ser acusado de furtar pertences de um rapaz que não teve o seu nome divulgado.
A época a polícia acreditava que o assassinato do homossexual tinha ligação com a sua acusação, e o crime teria sido motivado por vingança, porém as investigações apontaram outro motivo.
Várias manifestações:
Pelo menos cinco passeatas foram realizadas pelas famílias das vítimas cobrando justiça sobre o caso, inclusive durante a parada gay em Delmiro Gouveia no ano de 2013 o Grupo de Gays e Lesbicas Delmirenses realizaram a passeata cobrando providências, durante o percurso o trio parou no centro da cidade, onde foram exibidos banners com a foto de “Clebinho” e pedidos de justiça, já os familiares de Weslley também realizaram diversas manifestações, entre elas em uma reunião da segurança pública do estado alagoano, a mãe do jovem Marleide Barros chegou a entregar um documento ao Juiz Mauricio Brêda da 17ª Vara Criminal, que chegou a dizer em público que iria solucionar o caso.
As investigações apontaram outro motivo e como aconteceu o crime:
Policiais Civis da Delegacia Regional de Polícia (1ª-DRP) de Delmiro Gouveia e Militares do 9º-Batalhão de Polícia Militar divulgaram a elucidação do caso “Wesley Barros” e “Clebinho” as investigações apontaram que o crime foi motivado por um desafeto oriundo de uma briga ocorrida em um estabelecimento conhecido como “Bar do Rubens”, ocasião em que “Clebinho” teria jogado um copo no rosto de um dos indiciados, que segundo as investigações policial seria o ‘Macaxeira’.
Testemunhas contaram à polícia que os amigos “Bob”, “Davi” e “Bruno Macaxeira” chegaram a invadir a residência de “Clebinho”, mas o jovem conseguiu escapar pelos fundos. O delegado acredita que naquele dia os acusados tinham a intenção de assassinar o homossexual.
Ainda segundo a investigação, os acusados passaram a perseguir “Clebinho” pelas ruas da cidade, inclusive na semana do crime, o trio foi visto passando em um carro próximo à residência da vítima esboçando atitude suspeita.
Rodrigo Cavalcanti detalha que o depoimento de uma testemunha ocular do crime foi determinante para o indiciamento dos acusados. Segundo o delegado, a referida pessoa confirmou que presenciou o momento em que Davi Oliveira chegou ao local do crime na garupa de uma moto, desceu do veículo, pediu para “Clebinho” se levantar e efetuou apenas um tiro a queima roupa no pescoço, que atravessou uma janela de vidro e atingiu o olho do jovem Weslley Sharles que estava sentado em uma cadeira de balanço, na casa da namorada. Os criminosos fugiram em seguida. A polícia acredita que Bruno Macaxeira ou “Bob” estivessem conduzindo a motocicleta utilizada no crime.
A mesma testemunha, inclusive chegou a relatar ter sido ameaçada de morte por um dos indiciados, e contou que no mesmo dia do crime ouviu “Bruno Macaxeira” e “Davi Oliveira” confessar que iria matar “Clebinho” e que daquele dia não passava. Ainda segundo a testemunha as afirmações foram feitas em um bar, próximo de onde aconteceu o crime.
Durante os trabalhos investigativos o monitoramento geográfico do celular foi importante para a elucidação do crime, o sistema apontou que o aparelho de Davi mostrou com exatidão que ele estava no local e mesmo horário que aconteceu o duplo homicídio.
Depois da elucidação, familiares das vítimas comparecem a delegacia e agradeceram:
Familiares e amigos das vítimas compareceram à delegacia para agradecer o empenho da equipe policial responsável pela investigação e para pedir apoio ao judiciário quanto ao julgamento dos acusados.
Decisão judicial de pedir a prisão:
O Juiz Fausto Magno da comarca local aceitou o inquérito policial enviado ao Ministério Público e determinou as prisões dos três acusados de terem assassinado os dois jovens no dia 12 de Outubro do ano de 2012, inclusive equipes da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC), Policiais do Tigre da PC-AL, Serviço de Inteligência da Polícia Militar da Capital estiveram à procura dos autores, porém nenhum deles foi encontrado, ainda segundo informações da justiça, as polícias dos estados de Bahia, Sergipe e Pernambuco que fazem divisa com a cidade de Delmiro Gouveia, já foram alertadas sobre o caso e a qualquer momento eles podem ser presos.
A justiça pede para quem tiver informações do paradeiro dos acusados denuncie através do (181) seu anonimato será garantido.