Por Redação com Metropóles | 1 de fevereiro de 2021 às 9:00
O Brasil pode ter uma nova opção de vacina contra o coronavírus em breve. Em nota divulgada neste sábado (30/1), a farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, parte do grupo Johnson & Johnson, afirmou que venderá o imunizante para o país caso as negociações com o Ministério da Saúde sejam bem sucedidas. Quantidade e condições da venda ainda não foram informadas e dependem do resultado do acordo.
Segundo a empresa, a meta é produzir e fornecer um bilhão de doses para o mundo inteiro em 2021. Ainda não há estimativa de quantas doses serão destinadas ao Brasil ou data certa para o envio dos imunizantes. O Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre o andamento das negociações.
A companhia afirmou que “trabalha em um modelo sem fins lucrativos durante a pandemia, para que [a vacina] possa ser oferecida por meio do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19″.
A empresa realiza testes clínicos da vacina contra a Covid-19 no Brasil – inclusive, parte deles acontece no DF -, por isso está apta a entrar com pedido de uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em dezembro, a agência reguladora estabeleceu prazo de até 10 dias para tomar decisão sobre qualquer pedido de uso emergencial de imunizantes no país, sendo que apenas laboratórios que fazem ensaios de fase 3 aqui podem requisitar esta modalidade.
Em testes realizados em países da América Latina, a vacina teve 66% de eficácia contra a evolução da Covid-19 para quadros moderados e graves. Os resultados são melhores nos EUA, chegando a 72%. Já na África do Sul, onde circula uma nova variante do coronavírus, ela não passou de 57%. Os dados foram divulgados na sexta-feira (29/1).
Dose única
Um dos diferenciais da vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson é o fato de apresentar eficácia com apenas uma dose. O imunizante também pode ser armazenado em temperaturas de 2ºC a 8ºC por até três meses, temperaturas compatíveis com as da rede de frio da vacinação brasileira. O medicamento também pode ser mantido estável por até dois anos caso seja armazenado em temperaturas de -20ºC.
Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, chegou a afirmar, no início do ano, que o governo federal tem interesse em comprar o imunizante Johnson & Johnson. A declaração foi dada em um pronunciamento no Palácio do Planalto, no qual Pazuello afirmou que somente 3 milhões de doses haviam sido oferecidas ao Brasil. A entrega seria a partir de abril ou maio de 2021.
Por enquanto, apenas as vacinas Oxford/AstraZeneca e a Coronavac foram aprovadas no Brasil. O governo federal também negocia a compra da vacina desenvolvida pela Moderna e do imunizante Pfizer/BioNTech.