Por Ascom MP-AL | 8 de março de 2023 às 6:45
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL), por meio da Promotoria de Justiça de São José da Tapera, ajuizou uma ação civil pública com obrigação de fazer e com pedido de tutela de urgência cumulado com indenização por danos morais coletivos em desfavor da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e a empresa Águas do Sertão.
O motivo do processo é que, segundo levantamento pelo órgão, nos municípios de São José da Tapera, Carneiros e Senador Rui Palmeira a população vivem um caos há quatro meses com desabastecimento total ou parcial prestado precariamente pela estatal e pela empresa que desde setembro de 2022, é responsável por 34 municípios do Sertão.
Nos pedidos está o restabelecimento no prazo de 15 dias, com regularidade e eficiência e multa coletiva no valor de R$ 200 mil. Titular da ação, o promotor Fábio Nunes enfatiza que o problema afeta a população há vários anos, principalmente em época de verão que é a estação mais danosa para os sertanejos.
O promotor ressalta que em 2019 foi encaminhada Recomendação à Casal para que normalizasse o fornecimento do serviço de água nos três municípios. Ele robusteceu a ação com depoimentos de consumidores, inclusive recebendo imagens que comprovam o descaso, e também anexando matérias veiculadas em sites jornalísticos destacando a falta de água nas cidades em foco.
“É um problema antigo, já havíamos instaurado um procedimento administrativo e quatro anos após nada foi resolvido. A água é um bem maior, indispensável à sobrevivência de qualquer cidadão e o Ministério Público, enquanto defensor dos seus direitos, diante do descaso das empresas responsáveis pelo abastecimento na região, resolveu ajuizar a ação apelando para a sensibilidade da Justiça para que, em caráter emergencial, em respeito à população, obrigue-as a normalizar os serviços”, declara.
O Ministério Público entende que, diante da exaustão, restou o ajuizamento da ação e pede que seja concedido o pedido de tutela de urgência e, no prazo de cinco dias, a Casal e a Águas do Sertão se abstenham da exigibilidade das tarifas de água e esgotos dos meses de janeiro e fevereiro de 2023 e também dos meses subsequentes em que o abastecimento não ocorra.
“Pior ainda, é inadmissível que a população, desprovida do abastecimento de água continue sendo cobrada por um serviço que não foi prestado. Recebemos abaixo-assinado de moradores indignados diante do recebimento das faturas, as pessoas para suprirem suas necessidades estão sendo obrigadas a contratar carros-pipa gerando, além do constrangimento, mais despesas”, relata.
Respostas
O site Alagoas na Net entrou em contato com as assessorias de imprensa da Casal e da Águas do Sertão, a fim de buscar respostas sobre a ação em questão.
As duas equipes de comunicação disseram que as empresas ainda não foram notificadas pela ação judicial, e que, quando isso ocorrer, irão prestar todos os esclarecimentos.