Por CNN Brasil | 24 de março de 2020 às 15:00
Números divulgados pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça-feira (24) registram nova alta no número de casos confirmados e mortes relacionadas ao novo coronavírus. Segundo o governo federal, são agora 46 óbitos causados pela COVID-19. No balanço anterior, de segunda-feira, eram 34.
Das 46 mortes registradas, 40 aconteceram no estado de São Paulo e outras seis no estado do Rio de Janeiro. Os dois também são os dois estados com o maior número de casos confirmados (810 e 305, respectivamente). Ao todo, o Brasil registra 2.201 casos do novo coronavírus.
Na sequência, registram o maior número de casos confirmados da COVID-19: Ceará (182), Distrito Federal (160) e Minas Gerais (130). Há casos registrados em todos as 27 unidades federativas do país.
Wanderson Kléber de Oliveira, secretário de vigilância em saúde do ministério, afirmou que o Brasil seguirá as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e buscará testar o maior número de pessoas no país. “Vamos testar muita gente. Por isso, Brasil, muito provavelmente, será o país com maior número de casos”, concluiu.
Segundo o secretário, já há a previsão de 22,9 milhões de testes, divididos entre dois tipos, os exames de laboratório e os chamados “testes rápidos” ou “da gotinha”. Serão 14,9 milhões de exames de laboratório, que levam um prazo maior para ficarem prontos, mas são os capazes de identificar com eficácia o novo coronavírus.
Os outros 8 milhões de testes serão adotados pela primeira vez no Brasil, sendo muito semelhantes aos exames utilizados para medir a insulina. Segundo o Ministério da Saúde, o teste tem “limitações” mas é útil para uma análise mais rápida.
Entre essas limitações, o fato de que ele só apresenta resultado quando há sintomas, uma vez que detecta os anticorpos que o corpo produz para reagir ao vírus. “É um exame de triagem, não de diagnóstico”, afirmou Wanderson de Oliveira, que disse que o Brasil será o primeiro país a utilizar esse teste em larga escala.
O objetivo, segundo o secretário, é utilizar o teste rápido para os segmentos mais expostos, os profissionais de saúde e de segurança pública. O ministério afirmou que vai informar nas próximas horas os valores gastos, quantos desses testes foram adquiridos e quantos foram doados por empresas, como Vale e Petrobras. Uma parte está sendo adquirida pela Fiocruz, vinda da China, e outra parte está sendo doada por empresas como a Vale.
O Brasil ainda tem um gargalo considerável do ritmo que seria ideal para os testes, segundo Oliveira. Ele estima que sejam necessários entre 30 e 50 mil testes por dia. Hoje, a capacidade total do país para os exames laboratoriais seja de 6,7 mil/dia. Esse total ainda precisa ser dividido com outras doenças como aids e dengue.