Saúde confirma que vacinas vindas da Índia chegam nesta sexta(22) ao Brasil

Por Redação com UOL | 22 de janeiro de 2021 às 2:00

Foto: Divulgação

O Ministério da Saúde confirmou hoje que os 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca devem chegar ao Brasil  nesta sexta-feira (22).

 

“A carga vinda da Índia será transportada em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos (SP) e, após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro”, explicou o Ministério da Saúde em nota.

 

Pouco antes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já tinha antecipado a data para a chegada das vacinas. Nas redes sociais, Bolsonaro repercutiu a declaração do secretário das Relações Exteriores da Índia, Harsh Vardhan Shringla, à agência Reuters. O secretário indiano afirmou que os primeiros países a receberem as doses da Índia serão o Brasil e o Marrocos.

 

Na publicação, Bolsonaro incluiu uma foto sua com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que vem tentando desde a semana passada destravar a liberação das vacinas. O presidente também publicou uma foto com o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, com quem se reuniu na última segunda-feira (18) em Brasília.

 

A confirmação da chegada das doses vem após o governo da Índia liberar as exportações comerciais de vacinas contra a covid-19, o que vinha atrasando o cronograma inicial previsto pelo Ministério da Saúde.

 

Na semana passada, o governo federal tinha a expectativa de que uma aeronave da Azul decolasse do Recife na sexta-feira (15) rumo à cidade indiana de Mumbai, e retornasse a tempo de começar a aplicação das doses trazidas da Índia ainda ontem ou no mais tardar hoje.

 

Com a negativa da Índia em liberar as doses, já que o próprio país indiano estava para começar sua campanha de vacinação contra a covid-19 no último sábado (16), o governo federal teve que iniciar o plano nacional de imunização com a CoronaVac, vacina do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

 

Os 2 milhões de doses da vacina de Oxford virão do Instituto Serum, maior fabricante mundial de imunizantes. Hoje, a instituição foi atingida por um incêndio que matou cinco pessoas segundo o prefeito da cidade de Pune. O estoque de vacinas contra o novo coronavírus não sofreu danos.

 

Anúncio e frustração

 

A chegada das vacinas vindas da Índia dará fim a uma série de anúncios e cronogramas frustrados do governo federal. Com a CoronaVac no centro de uma disputa política entre Bolsonaro e o governador de São Paulo João Doria (PSDB), já que o Butantan é ligado ao governo estadual, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello contava com as doses indianas para começar a vacinação.

 

A intenção anunciada pelo governo federal e repassada a governadores e prefeitos por Pazuello, era de trazer as doses da Índia e começar a vacinação nesta semana de forma coordenada pelo Ministério da Saúde, com a distribuição pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). No domingo, (17), entretanto, Doria ganhou a corrida pelo início da imunização ao começar a vacinar profissionais da saúde no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a CoronaVac.

 

O governador paulista iniciou a campanha minutos após receber o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que também aprovou o uso emergencial da vacina de Oxford. O pedido para o imunizante vindo da Índia foi feito pela Fiocuz (Fundação Oswaldo Cruz), instituição federal que produzirá a vacina no Brasil posteriormente.

 

Sem a vacina da AstraZeneca/Oxford, o Ministério da Saúde iniciou na segunda (18) a distribuição da CoronaVac para todos os demais estados brasileiros e o Distrito Federal, que prontamente iniciaram a vacinação.

 

Enquanto isso, seguiam as negociações com a Índia, que resistia em dar uma previsão sobre a liberação dos 2 milhões de doses. Antes do anúncio de hoje, o país asiático chegou a enviar vacinas a países vizinhos como um gesto de cortesia. Nações como Butão, Maldivas, Bangladesh e Nepal foram contempladas.

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