Pela primeira vez na eleição deste ano, a petista subiu no mesmo palaque que Renan Filho e Collor em Alagoas.
Por Cada Minuto | 10 de outubro de 2014 às 3:14
Dando continuidade à campanha do segundo turno, a presidenta Dilma Rousseff esteve em Maceió no início da noite desta quinta-feira (09) após passar o dia cumprindo agenda na Bahia e em Sergipe. Acompanhada dos eleitos ao governo do Estado e Senado Federal, Renan Filho (PMDB) e Fernando Collor (PTB), a candidata petista escolheu o bairro Benedito Bentes para pedir votos aos eleitores e, durante discurso, fez críticas ao partido de seu concorrente, Aécio Neves (PSDB), falou em melhorias aos “pobres” e convocou “uma onda alagoana” às urnas no próximo dia 26 de outubro, quando o pleito será finalizado.
O discurso da presidente foi, em grande parte, voltado a destacar o trabalho realizado na região Nordeste durante os 12 anos do governo petista. Enfática, apesar da voz falha em virtude de uma crise de faringite, Dilma afirmou que ela e Lula, juntos, “inverteram a lógica” e deram “voz aos pobres”, o que, segundo a candidata, não foi feito pela gestão tucana em anos anteriores. “Eles [PSDB] governaram para as minorias e não deram ao Nordeste a atenção que ele merece. Nós mudamos a realidade e fizemos isto com um grande esforço, incluindo os pobres no orçamento”, disse, fazendo menção à criação de programas sociais como o Bolsa Família, Brasil Sem Miséria e Minha Casa, Minha Vida.
Entre promessas, Dilma se comprometeu a concluir o Canal do Sertão e ampliá-lo para Arapiraca, assim como destacou investimentos em infraestrutura para o turismo. E se tratando dos problemas sociais enfrentados pelos alagoanos, Dilma foi categórica ao afirmar que dará uma “atenção especial” ao Estado, voltando a ressaltar os projetos já implantados e dizendo que cada região tem sua particularidade.
A candidata à reeleição também falou sobre uma polêmica gerada durante a campanha presidencial no primeiro turno. Sem citar nomes, mas deixando a entender claramente que se tratava da chapa emcabeçada por Aécio Neves, Dilma afirmou que “tem gente dizendo que foi eleita no Nordeste pelos votos de gente mal informada”. Durante o discurso, a presidente abriu um papel que carregava na mão desde que chegou ao palanque e afirmou: “vou contar para vocês alguns dados que provam que o nordestino não é mal informado. Ele foi valorizado, teve voz no meu governo.”
Entre as informações da “cola” presidencial, Dilma enfatizou que levou energia elétrica a 1,5 milhão de famílias da região; abriu 2,2 milhões de vagas em cursos profissionalizantes para jovens e adultos; expandiu a Universidade Federal de Alagoas ao interior do Estado com a criação de seis novos campi; e afirmou que no governo pestista foram criadas 422 escolas técnicas, sendo 11 em Alagoas, enquanto o PSDB criou 11 em todo o Brasil.
Sobre a educação, a pestista afirmou irá implantar uma nova gestão com base na reforma do ensino básico, com foco na motivação e valorização do professor, além de ampliar o ensino técnico-profissionalizante. Também defendeu uma reforma política no Brasil e destacou a parceria do Governo Federal com as prefeituras municipais, dizendo que “entende bem a dificuldade de fechar a folha de pagamento no final do mês”. Já em segurança pública, Dilma destacou que na nova gestão, caso eleita, focará em um trabalho conjunto entre as polícias e citou o exemplo da Copa Mundial: “queremos as Polícias Federal, Rodoviária, Civil e Militar junto das Forças Nacional e Armadas no combate à criminalidade”.
Além de pedir votos, a presidente encerrou o discurso afirmando que pretende governar o Brasil com base nos princípios de igualdade de oportunidades e contra a corrupção, “doa a quem doer”. “Espero que vocês olhem nas urnas e saibam que o que está em jogo não são os próximos quatro anos de governo, mas sim as próximas décadas. Conto com uma onda alagoana no dia 26 para continuar mudando o Brasil”, disse Dilma.
O governador eleito, Renan Filho, discursou em defesa dos projetos da presidente e destacando as melhorias no Estado após a criação dos programas sociais da gestão petista, como o “Minha Casa, Minha vida” e o “Brasil sem Miséria” que, segundo ele, foi essencial para o processo de desenvolvimento de Alagoas. Além de Renan e Collor, que não discursou, estiveram no palanque a prefeita Célia Rocha, de Arapiraca, prefeitos de outros municípios, deputados, vereadores e lideranças políticas que apoiaram a frente de oposição durante as eleições.