Medo e comoção marcam velório de delmirense que morreu enquanto trabalhava em Aracaju

Por Jessica França | 15 de julho de 2016 às 10:39

13716092_284861441868722_1304639783572315308_nTristeza e insegurança tomaram conta de quem foi se despedir de David Jonathan Barbosa, o cobrador de ônibus assassinado na tarde da quarta-feira, 13, enquanto trabalhava. Familiares e amigos estavam estarrecidos com a violência que vitimou o trabalhador.

 

Colegas de trabalho reclamavam dos assaltos constantes e da falta de providências para conter as ações. David foi morto por um adolescente que assaltou o ônibus com mais dois comparsas. O menor já foi apreendido no Jardim Centenário.

 

“O medo fala mais alto que o trabalho”, essas foram as palavras do motorista Reginaldo Silva, que não chegou a conhecer David, mas estava presente no velório como ato de respeito e solidariedade aos parentes. Outra cobradora, que não quis se identificar, disse que, logo após a morte do colega, ocorreu uma tentativa de assalto no ônibus em que ela trabalha e faz a linha Fernando Collor/Atalaia. “Os passageiros correram pra frente do ônibus, assustados. Eu levantei da minha cadeira também. Hoje à tarde eu vou trabalhar, mas com muito medo”, revelou.

 

Vítima

 

David Jonathas Barbosa tinha 26 anos de idade e apenas dois meses e meio de trabalho na empresa de ônibus. Segundo a mãe da vítima, Maria Conceição Alves, 57, ele deixou um emprego na Bahia para ficar mais perto da família, em Sergipe. “Ele estava tão feliz!”, revela a mãe. David era casado há cinco anos e tinha um filho de três, Davi, que ainda não entendeu que o pai morreu. “A gente não deixou ele ver o caixão. Vamos mostrar só as fotos felizes, porque é assim que queremos que ele lembre do pai”, disse a avó de Davi e mãe de David.

 

A mãe, que criou cinco filhos sozinha, se orgulha dos caminhos que David seguia. “Meu filho era uma benção. Fazia vários cursos profissionalizantes, se dedicava à família. Quando ele tinha 15 anos, me pediu pra levá-lo à praia, porque não queria ir sozinho. Ele era muito apegado a mim”, revela emocionada.

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