Vestidos de verde e amarelo, manifestantes também pediram a saída de Dilma Rousseff da presidência
Sob o sol escaldante, milhares de pessoas inundaram de verde e amarelo a orla de Maceió neste domingo, 15, para protestar contra a corrupção e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em Alagoas, o protesto que ocorre em todo o País foi organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL).
Segundo estimativas da Polícia Militar, mais de dez mil pessoas caminharam do Corredor Vera Arruda, na Jatiúca, até o antigo Alagoinhas, na Pajuçara. Seguindo dois trios elétricos, a multidão gritava palavras de ordem e segurava faixas e cartazes com diversos pedidos, desde o fim da corrupção até a intervenção militar. De acordo com o major Marlon Araújo, subcomandante do BPesc, cerca de 240 militares do Bope, BPesc, BPtran, Grupamento Aéreo, Cavalaria, RP e BPGD deram suporte a passeata.
Em um dos trios, execuções do hino nacional e de músicas sobre o Brasil intercaloram os discursos de integrantes do MBL. Henrique Arruda, um dos coordenadores do movimento em Alagoas, destacou que a manifestação de hoje é suprapartidária e foi puxada pelo povo. “A passeata está linda de se ver. Pacífica, com as cores do País, democrática e nacionalista… Nós pregamos o afastamento de todos os políticos corruptos. Nosso partido é o Brasil”, disse o coordenador em entrevista ao CadaMinuto.
Questionado sobre algumas bandeiras da passeata, como o impeachment e os pedidos de intervenção militar, Arruda disse que o primeiro se tratava de um instrumento legal, mas discordou do segundo. “Como a manifestação é um ato democrático, não podemos impedir a participação no ato das pessoas que são favoráveis a volta dos militares. Nós somos contra isso e também contra o bolivarianismo. O que queremos é resgatar a cidadania e voltar a nos orgulhar de sermos brasileiros”.
O coordenador também criticou o que classificou de “mania da situação em rotular as pessoas que discordam de seu pensamento, chamando-as de golpistas”. “Não se lembram que, no passado, eles mesmo foram as ruas para pedir a saída de presidentes do poder”, finalizou.
Segundo impeachment
Três gerações de mulheres da mesma família que participaram da caminhada, Graça Oliveira, contadora, a filha dela, Luciana Oliveira, administradora, e a neta, de oito anos, resumiram que estavam ali para protestar contra a corrupção e em busca de um Brasil Melhor.
“Esse é o segundo protesto por impeachment que participo e espero o mesmo sucesso do anterior. Estamos cansados de tanta roubalheira e da impunidade, ainda é hora de brigarmos contra isso, pois somos brasileiros e não desistimos nunca”, afirmou Luciana, acrescentando que hoje há mais elementos de sustentação para um impeachment do que na época em que Fernando Collor presidiu o País.
Até por volta das 11h a Polícia Militar ainda não havia registrado nenhum incidente durante a passeata.