Obras para construção de cisternas estão paradas há mais de um ano em Água Branca, Inhapi e Piranhas

Entre 2012 e 2014, 1.250 cisternas deveriam ter sido construídas. Seiscentas famílias esperam há mais de 1 ano pela tão prometida cisterna.

Por G1 | 7 de setembro de 2015 às 22:44

14416754079307No sertão de Alagoas, obras para construção de cisternas, para amenizar os efeitos da seca, estão paradas há mais de um ano. Agricultor que tem uma cisterna em casa, armazena até 16 mil litros de água da chuva, e consegue atravessar parte do período de seca sem depender de carro-pipa.

 

Uma construção simples e barata, um socorro para famílias de sertanejos que sofrem sem água. Mesmo assim, há desperdício do dinheiro público, com obras que começam e não terminam. Os moradores de uma vila esperam há mais de um ano pela construção de cisternas que nunca passaram de alguns buracos.

 

Em três municípios do sertão de Alagoas, Água Branca, Piranhas e Inhapi, 600 famílias esperam há mais de um ano pela tão prometida cisterna. Dona Edite da Conceição precisa da ajuda dos parentes para ter água em casa.

 

“Se tivesse a cisterna aqui era coisa boa. Nós tínhamos para beber, gastar, fazer o que nós quiséssemos com a água”, diz Edite da Conceição, aposentada.

 

Mil duzentas e cinquenta cisternas deveriam ter sido construídas entre 2012 e 2014. A maioria, 1.177 em Inhapi, 571 ou não foram construídas ou estão inacabadas, como uma na casa do Seu Valdir José dos Santos, que nunca juntou água da chuva porque faltam as calhas e os canos.

 

“Acaba comprando um carro de água por R$ 200, faz falta para a comida da pessoa”, lamenta Valdir José dos Santos, agricultor.

 

Cada cisterna custa em média R$ 2 mil. O Governo Federal manda o dinheiro para o governo estadual, que não constrói as cisternas. ONGs e associações recebem o dinheiro e a missão de tocar as obras. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Inhapi, culpa uma dessas organizações, a Central estadual das Associações de Agricultores Familiares, pelo abandono das cisternas nos três municípios.

 

“A explicação que eles dão é que faltou recurso. Isso a gente sabe que não é verdade, porque a verba já veio”, afirma Rosilene Bezerra da Silva, secretária geral Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

 

O assessor técnico da Ceapa confirma que a associação recebeu R$ 1,5 milhão, em duas parcelas, mas diz que o dinheiro não foi suficiente, e que espera a liberação de uma terceira parcela de R$ 1 milhão para concluir os serviços.

 

“A Secretaria de Agricultura se comprometeu de até o final dessa semana está liberando para a gente voltar os trabalhos em campo, que hoje estamos parados por conta disso”, diz José Klebson Moreira, assessor do Ceapa.

 

O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que os recursos para a construção das cisternas já foram repassados para o governo de Alagoas. A Secretaria de Agricultura do estado declarou que interrompeu as obras porque encontrou problemas na prestação de contas das entidades responsáveis pelo programa e que, depois de cumpridas as exigências, as cisternas devem ficar prontas em, no máximo, 60 dias.

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