Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e de outras oito instituições brasileiras documentaram a primeira morte no país por recorrência da Covid-19, quando um paciente vai a óbito após o segundo diagnóstico da doença. O caso, que ocorreu em julho de 2020, foi relatado em um estudo publicado na última sexta-feira (12/2), no Journal of Infection.
Um farmacêutico de 44 anos, com obesidade e hipertensão arterial sistêmica, que trabalhava em um hospital de urgência de Aracaju, teve a infecção confirmada pela primeira vez em 8 de maio de 2020, após fazer um teste do tipo RT-PCR, considerado padrão-ouro para o diagnóstico. Com sintomas leves, ele pôde cumprir a quarentena em casa até se recuperar.
Em junho, o homem voltou a apresentar sintomas da doença, desta vez na forma mais grave, e um novo testes – feito no dia 13 – confirmou a presença do vírus Sars-CoV-2 (causador da Covid-19). O paciente precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a morreu em 2 de julho.
Os pesquisadores não sabem se a recorrência está associada à uma reinfecção ou à reativação do mesmo vírus (recidiva) no organismo do farmacêutico porque não foi possível isolar o vírus da amostra coletada em maio.
A partir do sequenciamento genômico, os pesquisadores encontraram a mutação G25088T no vírus do paciente, um tipo relacionado ao maior potencial de morte por Covid-19.
Outros 32 casos de recorrência da Covid-19 envolvendo profissionais da saúde do estado foram relatados no estudo, 26 eram mulheres. O tempo médio de recorrência foi de 50,5 dias. A maioria deles tinha tipo sanguíneo A.
Reinfecção
De acordo com o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, são considerados casos suspeitos de reinfecção aqueles em que o paciente tenha dois resultados positivos do teste RT-PCR com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independente da condição clínica observada nos dois episódios. É necessário ainda que as duas amostras positivas sejam encaminhadas ao Lacen-DF.