Por R7 | 2 de fevereiro de 2020 às 10:30
A festa todo mundo já conhece. No entanto, o que acontece quando o estudante, mesmo após uma rotina intensa de estudos, não é aprovado no vestibular? “Os momentos dos processos seletivos para o ensino superior representam um dos maiores marcos na vida dos adolescentes. A aprovação é vista por eles como um indicador de sucesso. Se eu não passo, vem um sentimento de frustração”.
A fala de Juliana Diniz, diretora pedagógica da Saber — grupo ligado a uma das principais organizações educacionais do mundo —, em entrevista ao R7, ajuda a traduzir, ainda que um pouco, o que representa a milhões de alunos o êxito (ou não) após ser submetido às etapas exigidas para o ingresso em uma universidade concorrida. Na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), por exemplo, a relação candidato/vaga para o curso de Medicina foi de 83,63 no último exame.
Se a oferta de vagas é incapaz de atender a demanda por elas, inevitavelmente, alguns desses candidatos terão, ainda que a contragosto, que lidar com os sentimentos que a reprovação pode despertar. Entretanto, é possível, sim, ressignificar o momento e encarar a situação com um pouco mais leveza.
Para a educadora, é importante retirar a excesso de carga emocional da fase e transformá-la em uma oportunidade de crescimento pessoal. “É muito importante naturalizar o processo de frustração que a vida vai apresentar a todos durante a nossa existência. Trabalhar a frustração como uma forma de crescimento, porque, assim, a gente muda o foco”.
Como reorganizar a rotina de estudos?
Diante da realidade imposta pela reprovação, muitos desses jovens terão que repensar as estratégias e rotina de estudos para encarar, por pelo menos, mais um ano de preparação para os processos seletivos. Por isso, a convite da reportagem, a diretora pedagógica separou cinco dicas para ajudar a lidar com essa epata da vida.
Autoconhecimento. Olhar para a própria dor e, a partir de um mergulho em si, se propor a uma reflexão sobre os motivos que levaram ao resultado não satisfatório são apontados como o primeiro passo diante da notícia. “É a partir dessa análise de desempenho que ele identifica quais os gaps [lacunas] que teve naquele processo seletivo”.
Refaça provas. Após um exercício de autopercepção, refazer vestibulares de anos anteriores pode ser uma forma se de aproximar ainda mais desse universo. É imporante se testar simulando as questões dessas avaliações.
Estude a matriz de avaliação. Ao definir quais processos irá se submeter, o jovem deve entrar em contato com o matriz que constitui cada vestibular. “Normalmente a matriz de conteúdo daquela avaliação dá pistas de como aquela prova se organiza. Se é uma prova mais analítica. Quando os estudantes fazem um planejamento de estudo em consonância com o que a matriz exige na avaliação, eu acho esse sempre um bom ponto de partida”.
Identifique os erros. Ter consciência quanto as questões em que não houve êxito é um dos primeiros passos para que o aluno possa definir uma “trajetória para se fortalecer naquilo que ele identificou sendo o seu gap”.
Fórmula de correção. Conhecer o método de correção da avaliação é fundamental para se estabelecer a ordem de respostas. Juliana explica que eles são variáveis. “O Enem, por exemplo, usa a fórmula de TRI (Teoria de Resposta ao Item). O exame valoriza as questões fáceis e medianas, por exemplo”.