Em coletiva, Alfredo Gaspar confirma que Júlio Brandão teve a prisão decretada

Operação Ánomos resultou na prisão de várias pessoas. Júlio Brandão que era ex-presidente da Câmara de Vereadores e Jacob Brandão ex-prefeito, são considerados foragidos da justiça.

Por Ítallo Timóteo com Cada Minuto | 12 de abril de 2018 às 13:32

 

Durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 12, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, deu detalhes da Operação Ánomos, que culminou na prisão de várias pessoas acusadas de participar de um esquema fraudulento que era comandado pelo ex-prefeito Jacob Brandão em Mata Grande no Sertão de Alagoas.

 

Na coletiva, Alfredo declarou que Júlio Brandão teve a prisão decretada, ele e o seu irmão Jacob Brandão, não foram presos e são considerados foragidos da justiça.

 

“Nos deparamos com uma organização criminosa que meteu a mão com força no dinheiro da prefeitura. Uma organização que usou a prefeitura como o quintal de casa de desviou milhões em apenas uma única ação. Jacob e o irmão estão foragidos, mas vamos achá-los”, ressaltou Gaspar.

 

“É um desastre administrativo e é a prova do que uma gestão corrupta produz. O prefeito de Mata Grande também se encontra afastado juntamente com outro vereador por atos de corrupção que foram filmados. Isso é um exemplo que vem do passado e permanece, mas o MP não vai fechar os olhos para a corrupção, estamos investigando outros gestores e o lugar desses corruptos é na cadeia”, enfatizou o procurador.

 

Prisões

 

A Operação Ánomos foi deflagrada nessa quarta-feira (11) e cumpriu mandados de prisão em Maceió e também no interior. As prisões preventivas foram expedidas em desfavor de Jacob Brandão, Daniel Cunha Ramos (cunhado de Jacob), Max Davi Moura Rodrigues, Clériston Marinho Buarque, Carlos Henrique Lisboa da Silva, Antônio José Bento de Melo, Euzébio Vieira de França Neto e Petrúcio José da Silva Filho.

 

Já as temporárias foram para Eustáquio Chaves da Silva, Sobrinho de Jacob (ex-diretor executivo da Câmara de Vereadores de Mata Grande), Emernegildo Ramalho Mota (controlador da empresa Transloc),  Genilda Gomes Lima – Ômega Locação e Victor Pontes de Mendonça Melo- controlador da empresa Albatroz – preso pela terceira vez em fraude de licitação.

 

Locação de veículos

 

Conforme explicou o promotor de Justiça Antônio Luiz dos Santos, foram investigadas obras superfaturadas, locação de veículos, estruturas para eventos (palco, sons e iluminação), aquisição de medicamentos com empresas que sequer receberam remédios.

 

O promotor explicou que outras prefeituras também foram investigadas. “Denunciamos um empresário que utilizava estabelecimento para faturar notas fiscais frias, em Santana do Ipanema foi o ex-prefeito que desviou o dinheiro na contratação de bandas e em Mata Grande foram duas denúncias pela aquisição de medicamentos”, explicou.

 

“A EP Construções e Locações de Veículos, era comandada por Euzébio Vieira e com um sócio Petrúcio da Silva. As investigações mostraram foram desviados R$ 7,8 milhões por meio dessa empresa”, explicou.

 

Sobre a locação de veículos, o promotor Carlos Davi, explicou que a empresa fazia um acordo com o gestor e a empresa sublocava carros, recebia da prefeitura, pagava “qualquer importância” e o dinheiro era sacado na boca do caixa. “A sede da empresa, na maioria das vezes, era uma casa velha. A maior parte do pagamento ia para o bolso do gestor. Era tanto dinheiro que o gerente do banco chegou a bloquear duas contas que estavam sendo utilizadas”, disse.

 

O promotor Carlos explicou que uma parcela pequena dos carros contratados eram sublocados de munícipes ou da própria família dos envolvidos. “A grande maioria não chegou a ser entregue à prefeitura”.

 

O Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), disse que o dinheiro desviado do município é o equivalente ao valor de 130 carros populares.

 

Com todo o dinheiro desviado, dava para a prefeitura ter comprado 130 carros populares, 40 vans das mais modernas ou 20 caminhões de lixo.

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