Com participação de 23 instituições/órgãos do poder público e entidades da sociedade civil organizada, programa alinhará educação, fiscalização e gestão ambiental em defesa do “Velho Chico” e da população ribeirinha.
A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) inicia, nesta segunda-feira, 18, a sua 14ª etapa em defesa do “Velho Chico” e da população ribeirinha no Estado de Alagoas. Com foco em municípios das Regiões do Agreste e do Sertão, as ações de campo da FPI alcançarão centenas de pontos de interesse nas próximas duas semanas, culminando numa audiência aberta ao público no dia 30 de novembro, às 9h, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de São Sebastião.
Ao todo, 23 instituições/órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada participam desta edição do programa. Eles estão divididos em 13 grupos conforme a finalidade da fiscalização. Trata-se das equipes 1) Extração Mineral e Resíduos; 2) Produtos de Origem Animal; 3) Recursos Hídricos (Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário); 4) Aquática (Educação Ambiental nas Colônias e Segurança no Transporte Fluvial); 5) Produtos Perigosos (Agrotóxicos) e Ocupação Irregular; 6) Fauna; 7) Centros de Saúde; 8) Flora; 9) Educação Ambiental; 10) Comunidades Tradicionais e Patrimônio Cultural; 11) Gestão Ambiental; 12) Segurança de Barragens e Carcinicultura; e 13) Projeto Sede de Aprender.
A integração de agentes públicos e atores sociais na fiscalização preventiva tem como base o artigo 225, da Constituição Federal. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, garante o texto constitucional.
É nesse sentido que a FPI promove atividades de fiscalização, gestão e educação relacionadas à preservação do meio ambiente junto à população dos municípios beneficiados pelas águas da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
Nas próximas duas semanas, a FPI verificará se empreendimentos de comércio de produtos e prestação de serviços observam as normas estabelecidas na legislação em vigor. Caberá a cada um dos agentes executores da FPI do Rio São Francisco conferir, no âmbito de sua competência, se as exigências legais estão sendo cumpridas no funcionamento da atividade econômica.
Os pontos de interesse da FPI do Rio São Francisco estão relacionados a abastecimento de água; agroindústrias; atividades industriais; barramentos; caça e pesca predatória; carcinicultura; carvoarias; cativeiro e tráfico de animais silvestres; comunidades tradicionais; desmatamentos; gestão ambiental municipal; indústrias cerâmicas; laticínios e frigoríficos; loteamentos; mineradoras; perímetro irrigado; piscicultura; prédios históricos; propriedades rurais: agrícolas e pecuárias; revendas e unidades de recebimento de embalagens de agrotóxicos; serrarias; sistema de esgotamento sanitário; sistema de gestão de resíduos sólidos; transportes de produtos florestais; e unidades de abate de animais.
Já quando se trata de educação ambiental, a FPI vai literalmente à escola. Em parceria com gestores e educadores das unidades de ensino, são promovidas palestras e gincanas que levam, de modo lúdico, informações sobre a preservação do meio ambiente para a comunidade escolar.
Uma das ações de educação ambiental que mais chama a atenção envolve o resgate de animais silvestres. Há todo um cuidado com a conscientização da população sobre a importância de tê-los livres no seu habitat.
Para incentivar esse exercício de libertação, a FPI promove o tratamento e a soltura da fauna resgatada, além de oferecer às comunidades dos municípios visitados oficinas de transformação de gaiolas em utensílios com finalidades diferentes do enjaulamento.
As pessoas que tenham em sua posse animais silvestres poderão fazer a entrega voluntária à FPI. Nesta segunda-feira (18), o caminhão boiadeiro da Polícia Rodoviária Federal receberá os animais em Limoeiro do Anadia. Das 10h às 16h, o veículo estará na Praça Major Luiz Carlos (Praça dos Mototáxis), no centro da cidade.
O endereço, o dia e o horário dos locais de entrega serão divulgados no perfil @fpialagoas do Instagram e no site
https://fpisaofrancisco.inf.br/. Quem demonstrar esse compromisso com a fauna receberá, no ato, uma muda de planta e brindes diversos. A FPI alerta manter animais silvestres em cativeiro sem autorização legal é crime.
A partilha de orientações também se estende por meio dos jornais, emissoras de TV e Rádio, agências de notícias e mídias sociais. As instituições, órgãos e entidades integrantes da FPI interagem com veículos de comunicação locais para informar a população sobre as atividades realizadas durante a fiscalização preventiva integrada.
A FPI do Rio São Francisco interage também com o poder público, apresentando o Projeto Sede de Aprender e noções de gestão ambiental às futuras equipes das prefeituras municipais, que tomarão posse em janeiro, após serem eleitas em 2024.
Participam da 14ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Estado de Alagoas (BPA/PMAL), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Francisco (CBHSF), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL), Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV/AL), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3), Instituto Hori, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Instituto Para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), Marinha do Brasil, Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE), Ministério Público Federal em Alagoas (MPF), Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Rede Mulheres de Comunidades Tradicionais (RMCT), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (SEMUDH), Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), SOS Caatinga, Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL), Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
A FPI do Rio São Francisco em Alagoas é coordenada pelo CBHSF, MPE, MPF e BPA/PMAL, que desenvolvem os trabalhos de inteligência, organização e divulgação das atividades e resultados para a população.
A FPI tem o objetivo de melhorar a qualidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e a qualidade de vida dos seus povos. Os trabalhos acontecem de modo contínuo e permanente. Para isso, realizam-se o diagnóstico dos danos ambientais e a adoção de providências administrativas, cíveis e criminais com a indução de políticas públicas.
Como programa, a FPI é estruturada em três fases: planejamento, execução e desdobramentos. A fase de desdobramento compreende o acompanhamento e monitoramento dos diagnósticos realizados e a atuação de repercussões de medidas administrativas pelos órgãos envolvidos, cíveis e/ou criminais e pelo Ministério Público competente.
Também é na fase de desdobramentos que o poder público e a sociedade civil organizada contribuem na regularização dos empreendimentos, reparação de danos detectados e efetivação das medidas de proteção necessárias.