Governador anunciou a demissão de 30% dos comissionados e deve vetar alterações na 17ª Vara Criminal
Por Cada Minuto | 2 de janeiro de 2015 às 2:41
O novo governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), chegou à cerimônia de posse – que ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas – com o discurso afiado. O peemedebista fez críticas à gestão tucana, que durou oito anos, e lembrou que assume a administração estadual com os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ultrapassados.
Renan Filho salientou – em entrevista coletiva à imprensa alagoana – que o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) sequer conseguiu pagar integralmente a folha de dezembro. Disse ainda que a situação do Estado era difícil em função da crise financeira, mas que trabalharia duro para recuperar, diminuindo despesas e com projetos para aumentar a arrecadação.
Ao falar sobre o governo, voltou ao discurso de campanha utilizando a palavra “mudança”. “A mudança começa hoje”, enfatizou. Renan Filho afirmou ainda – ao ressaltar medidas práticas nos primeiros dias de governo – que pretende reduzir o número de cargos comissionados em 30% e o número de secretarias.
Durante a coletiva, o governador também foi indagado sobre o recente Projeto de Lei que regulamenta a atuação da 17ª Vara Criminal. O projeto foi aprovado pelos deputados estaduais contendo emendas que limitam a atuação da Vara e impedem que esta atue contra os parlamentares. Agora, para valer, depende apenas da sanção do atual governador eleito.
Renan Filho não fugiu ao assunto polêmico. “Já me manifestei em todas as oportunidades e sou favorável ao amplo funcionamento da 17ª Vara Criminal. Eu vou me posicionar como sempre me posicionei”, colocou o governador.
O governador também fez questão de frisar a parceria do seu governo com o governo e a bancada federal, destacando o “irrestrito e integral apoio da presidente Dilma Rousseff”.
O peemedebista – após os últimos dias com dúvidas em relação aos últimos nomes do secretariado – assume o governo com a equipe completa. Já nos próximos dias deve nomear também os cargos de segundo e terceiro escalão já que na mais recente edição do Diário Oficial do Estado de Alagoas foi publicada a exoneração de quase todos os comissionados.
Apesar das demissões terem sido feitas por Teotonio Vilela Filho (PSDB) como um dos últimos atos de seu governo, estas foram um pedido do próprio Renan Filho. As exceções das exonerações são nas áreas de Educação, Saúde, Fazenda, Defesa Social, Itec, Gabinete Civil e Seris, para não comprometer o funcionamento destas.
Renan Filho disse que vai conversar com os secretários, mas não entrou em detalhes sobre como se dará as novas nomeações, apenas adiantou que irá manter a “memória do Estado”, em referência aos comissionados que atuam como peças-chave no governo.
Revolução na educação e combate a corrupção
No discurso oficial de posse, o novo governador adotou um tom mais conciliador e pregou a união entre o governo e os demais poderes constituídos, além de conclamar a permanência da unidade dos partidos integrantes da chapa que lhe deram a vitória na eleição de outubro passado.
Ao falar das áreas mais importantes, Renan Filho prometeu uma “revolução na educação” e elogiou a capacidade e experiência do vice-governador, Luciano Barbosa (PMDB), que irá comandar a pasta: “Alagoas não pode mais adiar sua entrada na era do conhecimento”.
Ele acrescentou ainda que, em todas as áreas, “teremos que fazer mais com menos”: “Nosso governo vai diminuir número de secretarias, de comissionados para construir Estado mais sólido e funcional. Não há mais espaço para benesses e ostentações”, garantiu, com a promessa de um combate sem trégua a corrupção, “porque ela é tão criminosa quanto a pistolagem”.
Questionado sobre como seria o início da revolução a qual Renan Filho falou, Luciano Barbosa resumiu: “Vamos fortalecer o ensino fundamental e fortalecer o nível médio. A educação básica será o foco do processo”.