Caso Fernando Aldo: promotor pede desaforamento de julgamento de acusado na morte

Por | 27 de março de 2015 às 1:07

c74a80b9b8e6d3575e7a301a7c7bb43ePara garantir a imparcialidade dos jurados no julgamento do acusado de ter assassinado o ex-vereador de Delmiro Gouveia, Fernando Aldo, a promotoria de Mata Grande pediu o desaforamento do júri. O crime ocorreu no município no ano de 2007 e o réu Eliton Alves Barros é conhecido na região como pistoleiro de aluguel.

 

Em seu pedido, o promotor de Justiça de Mata Grande, Cláudio José Moreira Teles, colocou que caso o julgamento ocorra na cidade o acusado poderá ser inocentado, uma vez que a população de Mata Grande e das cidades circunvizinhas tem medo do acusado e dos demais integrantes do grupo criminoso envolvido na morte do ex-vereador.

 

“Em sendo assim, poderia inocentá-lo com receio de sofrer alguma represália ou até mesmo de ser a próxima vítima fatal”, justificou Cláudio Teles. Segundo o promotor, os autos apontam que Eliton Alves Barros teria histórico de violência como pistoleiro de aluguel. “O rito do desaforamento tem que ser cumprido perante o Tribunal de Justiça, então peticionamos a peça na 2ª instância.

 

O pedido de desaforamento foi encaminhado ao Tribunal de Justiça, instância responsável por julgar esse tipo de demanda, nessa terça-feira (26). O promotor de Justiça Cláudio Teles se posicionou a respeito do assunto depois que recebeu ofício do Juízo de Mata Grande, que pediu parecer do Ministério Público a respeito da marcação do julgamento.

 

“A ministra Cármen Lúcia, em decisão de 25 de fevereiro, negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do acusado Eliton Alves e determinou ao juiz da cidade que, em até 90 dias, realizasse o julgamento do réu. Com a abertura de vistas ao MP, eu me posicionei de duas formas. Em obediência ao artigo 422 do Código de Processo Penal, requeri a intimação das testemunhas de acusação e que fossem acostados aos autos todas as certidões de antecedentes criminais do réu e dos demais envolvidos na empreitada criminosa. E, simultaneamente, protocolei no Tribunal de Justiça o pedido de desaforamento do julgamento para Maceió”, explicou o promotor.

 

O caso

 

Fernando Aldo Gomes Brandão foi morto na madrugada de 01 de outubro de 2007, na cidade de Mata Grande, após participar de uma das maiores festa da região, o Mata Grande Fest.

 

Segundo o inquérito da Polícia Civil, por volta da 1 hora, Fernando Aldo deixou sua família no palanque da festa e disse que ia até o carro para descansar um pouco. Ao chegar ao veículo, notou que um dos pneus estava vazio e quando abriu a porta do carro foi rendido pelo soldado Marlon, que efetuou nove disparos de pistola nove milímetros.

 

De acordo com a Polícia, o crime seria praticado no dia anterior após a Missa do Vaqueiro, na cidade de Delmiro Gouveia, mas não foi consumado porque o vereador estava o tempo todo com o filho de seis anos no colo e os criminosos não teriam tido coragem de efetuar os disparos.

 

O ex-deputado estadual Cícero Ferro consta no processo como mandante do crime, mas continua solto. Ainda segundo a Polícia, o crime foi encomendado em setembro de 2007, pelo deputado Cícero Ferro, em sua própria casa.

 

Eliton Alves Barros, conhecido como “Wellington”, Dílson Alves, o soldado Carlos Marlon Gomes Ribeiro e Eronildo Alves Barros, o “Nildo” foram apontados como os autores materiais.

 

Dílson Alves foi condenado a nove anos de prisão, depois de ser beneficiado pela delação premiada, ao revelar que teria recebido R$ 4 mil de Cícero Ferro. O soldado Marlon e Wellington continuam presos esperando o julgamento. Já Nildo morreu em um acidente automobilístico na capital Pernambucana.

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