Por Ítallo Timóteo | 6 de janeiro de 2015 às 11:36
Houve um tempo em que a honra estava acima da vida, onde a palavra empenhada valia mais que um documento assinado e onde o fio de um bigode seria suficiente para avalizar um grande negócio.
O tempo passa e as pessoas evoluem com ele, pena que nem sempre pra melhor, me aproximo dos 43 anos sendo desses 18 dedicados a administração pública, ocupei cargos na esfera estadual e municipal em 3 estados, vi de tudo, aprendi um pouco todos os dias, defeitos carrego aos montes, porem de dois princípios não abro mão, a lealdade e a gratidão.
Era janeiro de 2007, tinha conhecido o então empresário Luiz Carlos Costa Lula Cabeleira alguns meses antes na tumultuada eleição para deputado de 2006, onde como adversários trocamos algumas palavras e mesmo com nossas diferenças passamos a nos respeitar, nesse período atravessava dificuldades em minha vida e recebi desse o apoio e amizade necessária a superar aquela fase. Veio sua prisão (hoje comprovadamente injusta), pude então retribuir, estivemos juntos, não deixei de visita-lo um único final de semana enquanto durou seu calvário, encaramos a eleição – ganhamos, em novembro 10 dias após a vitória, enquanto a cidade comemorava o retorno daquele que costumo citar como linha d’água de nossa história nos dois planejávamos em Juazeiro do Norte- CE o futuro de nossa terra. Participei orgulhosamente de sua gestão 2008-2012 na condição de Secretário de Governo, me afastando do cargo apenas para atender um chamamento do meu prefeito que em suas palavras “precisava de mim na câmara municipal”, abri mão de coligações proporcionais leves para me concentrar em nosso objetivo principal, o de ganharmos a majoritária e com isso garantir mais 4 anos da liderança de Lula E Ziane. Nesse período apesar das dificuldades da campanha pudemos por intermédio de Cândida Tenório nas palavras dela “ajudar um amigo” era um jovem medico que galgava política e por ela me foi apresentado.
Como defino esse período? De profundo aprendizado.
O que diria a Lula? Obrigado por tudo que fez, o que lhe garante lugar de destaque em minhas memorias.
Que tipo de relações possuímos? Posso externar minha amizade sem nenhum constrangimento.
O tempo não perdoa, e veio o final da eleição, a casa estava tomada e ao lado de minha Clarina, D. Wanda (minha amada mãe), meus filhos e alguns amigos e companheiros de luta, recebemos a triste notícia de que apesar de quase 1000 votos, não logramos êxito, perder nunca é bom, mesmo porque somos naturalmente programados para vencer, veio a tristeza, a revolta e o vazio, que foi logo preenchido com o toque do telefone que chamava insistentemente. Atendi e uma voz indagou: “E ai João, vencemos”? Eu respondi “infelizmente perdemos” do outro lado veio a resposta “Não! Nós vencemos, sou prefeito e você meu secretario” – era Dante Bezerra de Menezes, que me trazia naquele momento o alento e apoio que eu precisava. Nos refizemos minha esposa e eu, e fomos juntos ao encontro do prefeito eleito de Piranhas.
Esse texto se faz necessário para expressar minha opinião, bem como, vir de público declarar que meus princípios e valores não estão à venda em prateleiras, logo não podem ser negociados.
Sou humano e passível a cometer erros mas não sou homem de negociar meus pétreos princípios, não acredito naqueles que são amparados nas dificuldades e que como ratos fogem no primeiro soar das cornetas, os sem valor que se beneficiam do poder e nas dificuldades correm e negam sua essência como Pedro negou a cristo, esses pobres de espírito acostumados a saborear as migalhas que caem da mesa, esses viciados nos sobejos do poder, a esses tantos não dedicarei uma única linha como repudio pois escroques purulentos dessa natureza merecem apenas meu escárnio e desdém – sei que muitos nesse momento vestem a carapuça.
Falo isso pois nada tenho contra o atual gestor que foi colocado à frente da administração em um ato de caráter sombrio e inexplicável, mas pra deixar claro a todos que levantaram e levantam falso testemunho sobre meu posicionamento, e pra acabar com tantos blá, blá, blás, João Edson não se vende, não se troca e não se dá, sei ser grato e leal como um cão e não traio a quem me ajudou e me apoiou, sei ser amigo nas alegrias e irmão nas adversidades, pretendo que um dia a posteridade me aponto não simplesmente como alguém bom mas alguém que lutou durante toda sua passagem no plano material por ser sempre JUSTO.
Sendo assim externo, Dante estamos juntos !