Dono de uma fortuna conseguida graças à exploração de linhas de vans que circulam na Baixada Fluminense, Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, de 32 anos, instalou em sua mansão no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, um circuito de câmeras para protegê-lo. E foram essas mesmas câmeras que acabaram gravando o crime bárbaro do qual ele é acusado: o assassinato de sua noiva, a dançarina de funk Cícera Alves de Sena, de 29 anos, mais conhecida como Amanda Bueno. As cenas mais fortes da imagens – que já estão nas mãos da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminenese (DHBF) – foram cortadas.
No vídeo é possível ver Miltinho jogando a dançarina – que já participou dos grupos “Gaiola das Popozudas” e “Jaula das Gostozudas” – no chão e batendo com a cabeça dela no asfalto pelo menos 12 vezes. Em seguida, ele dá dez coronhadas na dançarina. É possível ver também Miltinho saindo de perto de Amanda, que fica caída no chão, e entrando na casa. Logo depois, ele sai de lá com a escopeta com a qual deu cinco tiros na cabeça da funkeira – o EXTRA optou por não mostrar a cena – e vestindo um colete à prova de balas.
Depois de cometer o crime, Miltinho sai da casa com a escopeta nas mãos. Ele aponta a arma para um grupo de pessoas que está em frente à casa. São funcionários da empresa responsável pelas câmeras de segurança que iriam fazer uma manutenção do equipamento. Todos colocam as mãos para o alto, em posição de rendição. Miltinho rouba o carro da firma e foge. Ele acaba sendo capturado por agentes da DHBF momentos depois de capotar com o carro na Via Dutra.
Amanda e Miltinho ficaram noivos quatro dias antes do assassinato da jovem. A briga do casal começou, segundo o delegado Fábio Cardoso, titular DHBF, após uma violenta discussão entre eles. O motivo para o desentendimento foram ciúmes: Miltinho havia almoçado com uma ex e a dançarina não gostou. Houve um bate-boca que evoluiu para agressão física.